terça-feira, 14 de setembro de 2021

nº 2106 - Homilia do 25º Domingo Comum (19.09.21)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
“Maior é o que serve”
 Acolhendo os pequenos 
Jesus desconstrói aquilo que pode danificar a pureza de seu ensinamento. Surpreende os discípulos em suas pretensões, pois estavam ainda na visão de um reino messiânico igual aos outros. Já estavam escolhendo os lugares para definir quem é o maior. No momento em que Jesus instruía, justamente sobre o que iria acontecer com Ele, revelando sua condição de Messias sofredor, eles falam a linguagem do poder. Jesus, contudo, fala a linguagem da humildade e do serviço: “Se alguém quer ser o primeiro, que seja aquele que serve a todos” (Mc 9,35). Isso é comum na Igreja. Falamos uma língua e Jesus outra. O Evangelho não nos penetra. Por isso perdemos a consistência de fidelidade a Cristo. Colocando-se como o menor que serve a todos, convida a que descubram a sabedoria de serem os servidores de todos: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último e aquele que serve a todos” (Mc 9,35). Por essa palavra Jesus está dando o sentido de seu sofrimento e morte. Ele se faz o menor, mais abatido, e por isso é o Senhor. Ser o maior é servir os pequeninos. Acolher os pequenos por causa de Jesus é acolhê-Lo. Mais ainda, quem recebe Jesus, recebe Aquele que O enviou, o Pai. Jesus Se preocupa muito com os sofredores e pequeninos. E dá isso como missão da Igreja que continua sua vida e missão. Insistimos em cuidar de quem não precisa. E esses não continuam voltados para si e para o poder no mundo. Se pensássemos como Jesus, a Igreja seria diferente. O testemunho que damos não convence. Dizemos uma coisa e fazemos outra. 
Nascente das maldades 
Quando não seguimos os passos de Jesus na vida cristã, acontecem os males. Tiago diz que as guerras e lutas entre as pessoas nascem do coração onde guerreiam nossos prazeres, nascem da cobiça e da avidez. Até nossa oração perde a eficácia porque queremos receber de Deus para gastar com nossos interesses mesquinhos. Podemos nos lembrar que nossas orações são sempre para coisas materiais ou simplesmente humanas. Tiago diz: “vossos prazeres”. Oração não é o diálogo com Deus, e não pensamos no bem dos outros quando nos dirigimos a Deus. Diferentemente acontece com a sabedoria que é “pacífica, indulgente, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, isenta de parcialidade e de hipocrisia” (Tg 3,17). O coração pacificado pelo serviço fraterno aos frágeis produz um fruto de justiça semeado por quem promove a paz. O mal põe raízes profundas que escravizam e geram sempre maiores maldades. Por isso, Tiago aconselha a buscar a sabedoria que vem do alto, aquela que vivia Jesus: fazer a vontade do Pai que é a salvação de todos. A oração de Jesus se dirigia ao Pai no profundo agradecimento e reconhecimento da presença Divina em sua vida. A oração O colocava sempre no caminho da vontade do Pai (Mc 14,36). 
O injusto e o justo 
Jesus anuncia aos discípulos seu caminho de Paixão (Mc 9,31). Esse momento, sem explicação humana, corresponde ao que o livro da Sabedoria fala sobre o justo e o injusto. A presença do justo, o santo, provoca a consciência das pessoas que querem abafar o mal que possuem. Assim se dá a perseguição ao Filho de Deus. Essas palavras são repetidas pelos judeus quando Jesus está na Cruz: “Se Tu és o Filho de Deus, desce da cruz” (Mt 27,40). O justo confia em Deus e não cobra milagres. Deixa que se cumpra a vontade do Pai. Não pede milagre, mas confia. Não vivemos de milagres. Só o amor pode mudar o coração humano. 
Leituras:Sabedoria2,12.17-20;Salmo53;
Tiago 2,30-37; Marcos 9,30-37. 
Ficha nº 2106
Homilia do 25º Domingo Comum(19.09.21) 
1. Se pensássemos como Jesus, a Igreja seria diferente. 
2. O coração pacificado pelo serviço fraterno produz um fruto de justiça. 
3. O justo confia em Deus e não cobra milagres. 
Escolinha de Jesus 
Jesus instruía os discípulos a partir de situações que eles próprios criavam. Hoje temos o caso da instrução de Jesus sobre a base de toda a vida que nos transmitia. Eles discutiam sobre o poder e Jesus fala da força do poder que tem o serviço, sobretudo, aos pequenos. Assim, vemos em Jesus que nos dá a maior lição de amor quando se entrega na Cruz. Ali foi o máximo do serviço e o máximo do poder. O serviço tem poder de levar todos a servirem com maior vigor para que todos tenham vida e a tenham em abundância (Jo 10,10).

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