segunda-feira, 27 de setembro de 2021

nº 2108 - Homilia do 26º Domingo Comum (26.09.21)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista
“Força da Palavra” 
 O Espírito é para todos 
Celebramos o dia da Bíblia, dia da Palavra escrita que alimenta a Palavra anunciada e vivida. Profetizar não é só falar o futuro. Ser profeta como Jesus, é anunciar a Palavra de Deus. Mostrar os caminhos de Deus. Falar em nome de Deus é ter capacidade de ouvir e segurança de anunciar. Jesus e Moisés, porque eram cheios do Espírito Santo, sabiam dar espaço para que Deus continuasse falando. Quem é do Espírito ouve a voz do Espírito onde Ele fala. Notamos que há muito fechamento na Igreja em ouvir o que fala o Espírito. Estamos bloqueando a Palavra porque toca nossos interesses e exige conversão. A Palavra anunciada está sempre exigindo mudanças radicais. A abertura à Palavra é condição para a mudança. O que nasceu do Espírito é do Espírito que é como o vento que sopra onde quer... Assim acontece com aquele que nasceu do Espírito (Jo 3,6.8). O mal que realizamos é opção pessoal e pode fazer muito mal aos outros, sobretudo aos humildes que Jesus chama de crianças; também a elas. Dizemos: sou livre, não admito censura. Certo! Mas quando prejudico as pessoas com meu mau procedimento ou ensinamento, eu devo suportar que me “tirem do ar”. Não é contra a liberdade. É respeito à liberdade do outro. Eu devo ser minha censura. Uma palavra ou atitude não boas ferem como balas. É mortífera. Podemos encontrar profetas cheios do Espírito Santo fora de nossos esquemas. Mas podemos encontrar falsos profetas entre os “bons” que só danificam. Melhor é jogar no fundo do mar, diz Jesus (Mc 9,42). A Palavra de Deus não tem dono. Seu dono é o Espírito Santo. 
Responsabilidade de ser Palavra viva 
São Tiago faz uma séria advertência aos que abusam e exploram os pobres. O mal não é ter os bens, mas não saber viver a Palavra no meio das riquezas. Quando alguém se enriquece, a primeira coisa que faz é não ter mais tempo para Deus. Quem não dá tempo a Deus, não vai dar valor ao homem que consome sua vida no trabalho e lhe é negado o direito ao pagamento justo. O pobre gritará ao Senhor e Ele o ouvirá. Ser Palavra viva é deixar que o Espírito coloque nossa vida no caminho da Palavra de Deus vivida no concreto da vida. Preferimos uma religião distante da realidade. Por isso quem vive a Palavra é perseguido. A Palavra transforma nossas atitudes. Tiago toca em situações que se perpetuam: acúmulo de riqueza desmedida. A riqueza, diz Tiago, não pode ser fruto da exploração dos operários: “O salário dos trabalhadores que ceifaram vossos campos, e vós deixastes de pagar, está gritando, e o clamor chegou aos ouvidos do Senhor” (Tg 5,4). O luxo não enriquece. O que nos faz ricos é dar um copo d’água a quem nos pede (Mc 9.41). Jesus diz: “Se não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem?”(Lc 16,11). 
Ajustando metas 
Jesus nos quer inteiros para Ele, pois só lhe damos pedaços. Nem o olho, nem o ouvido, nem os pés podem nos escandalizar, isto é, levar-nos ao mal. Não quer que nos mutilemos. Está dizendo que o pior escândalo, empecilho ao Reino de Deus vem de nós mesmos: de uma mão, de um pé e de um olho, isto é, das más ações, dos caminhos errados e do desejo de realidades más. Justamente aqui atua a conversão que atinge toda nossa vida. Se nos habituarmos em fazer o mal, poderemos preparar nossa ruína. Se buscarmos as boas ações, os bons caminhos e os bons projetos, construiremos o Reino de Deus e viveremos do Espírito que não é negado a ninguém. Celebrando o dia da Bíblia, tenhamos em nosso coração um lugar sagrado onde possamos guardar toda a semente da Palavra.
Leituras: Números 11,25-29; Salmo 18; 
Tiago 5,1-6; Marcos 9,38-43.45.47-48. 
Ficha nº 2108 
Homilia do 26º Domingo Comum(26.09.21) 
1. A abertura à Palavra é condição para a mudança. 
2. Ser Palavra viva é deixar que o Espírito coloque nossa vida no caminho da Palavra. 
3. Jesus nos quer inteiros para Ele, pois só lhe damos pedaços. 
Conta de água 
Jesus estava sempre preocupado com que ninguém sofresse nada. Por que ele fala tanto do pobre, do doente, do faminto, da criança? Seu ambiente era repleto desses sofredores. Se em nosso mundo são tantos, imaginemos. Então Jesus se preocupa com a gostosura de um copo d’água. Ele dá uma satisfação muito grande. Como Ele não pode atender um por um, faz de nós suas mãos, seus pés, seus olhos, sua boca e seu coração misericordioso. Assim ninguém vai sofrer. E com tanto copo d’água, vai subir a conta. Oxalá! Mas quando colocamos como ponto de partida o necessitado, as soluções fazem presentes.

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