segunda-feira, 27 de setembro de 2021

nº 2107 Artigo - São José do Povo (11)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira 
Redentorista 
Padroeiro 
São José aparece nas Sagradas Escrituras, silencioso e discreto. Assim está presente na devoção do povo. No Brasil, cinco milhões e setecentas mil pessoas têm o nome de José. (Com o nome de Maria, há mais de onze milhões). Notamos que não há barulho com esse nome. O nome José entra de mansinho, torna-se nome de cidade, lojas e tantos outros. A discrição de José está também em sua presença na Igreja. Somente com S. João XXIII que S. José é citado na prece eucarística romana (13.11.62). Estendido depois às outras preces eucarísticas. Esse padroeiro está presente, mas no silêncio. Certamente as pessoas pouco sabem quem ele foi. Essas figuras monumentais que vivem na simplicidade, são realmente os grandes porque são capazes de perceber os outros. Quem se humilha, diz Jesus, será exaltado (Lc 1411). Deus o exalta sem que seja necessário tirar sua condição de humilde servidor. Quem sabe fosse esta a formação que José dava ao garoto Jesus, pois a tendência a aparecer é dominante nas pessoas. Jesus mantém também essa simplicidade de não buscar aparecer, tanto que, muitas vezes, faz os milagres e manda que não faça publicidade, pois não fazia bonito para aparecer. Vendo as atitudes de Jesus podemos ler o que aprendeu dentro de casa. A Encarnação leva em conta também essas condições. É um exemplo para a Igreja quando busca mais aparecer do que fazer. Nossas atitudes eclesiásticas têm muito dessa mania de querer aparecer por roupas, títulos e poder. Que ganhamos com isso? Pura fumaça. Não era esse o sonho de José.
Participante 
O que tenho visto na vida da Igreja, nas comunidades e na vida religiosa um grande amor e respeito por S. José. Sempre há uma bela capela, uma bela imagem, uma presença querida. As comunidades, quando têm dificuldades financeiras apelam para S. José. Aí se queimam as velas. Dá-se a impressão que é dada a ele responsabilidade de não faltar o sustento. Sabemos que sempre se gasta muito.. É um socorro providente. Mas ainda é bastante silenciosa sua presença. Não mudou seu jeito de ser. Está presente, sempre com o Menino e o lírio. Esse lírio, que, de acordo com o evangelho apócrifo de Tiago, tem outro significado. José seria um viúvo, com filhos, que entrou como um dos pretendentes à jovem Maria, que vivia no templo. Cada um trazia seu bastão e deixava diante de Deus. O que florescesse, seria o escolhido de Deus. Isso não existiu. José era jovem. Deus crê no jovem. O escritor quis fazer uma adaptação do livro dos Números para a escolha de Aarão, como sacerdote (Nm 17,16-26). É o reconhecimento que José é o escolhido de Deus. Os fiéis têm também (agora menos) a devoção a S. José para ter uma boa morte, com os santos sacramentos. Contam-se muitos fatos maravilhosos dessa graça. 
Servo fiel 
São José, justo em todos os seus caminhos, acolhe Maria como esposa. Sua fidelidade a Deus o levou a querer romper do prometido casamento. Com isso manifestou sua a fidelidade a Deus. Ele era justo e aquilo estava errado. A partir da mensagem de Deus: “Não temas receber Maria como esposa, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo” (Mt 2,20). A partir daí, foi fiel servidor de Maria e doe Jesus. Nós o vimos assumindo completamente a missão de esposo e de pai. Por que desaparece na vida pública de Jesus? Seu evangelho vivido já era conhecido e não haveria necessidade de citá-lo. O povo o conhecia e sabia de sua grandeza.

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